Sabe, às vezes eu acho que o amor me deixou meio bobo. E não aquele bobo de poder ficar horas com cara de bobo olhando pra ela; de ficar o tempo todo com o olhar distante, pensando nela; de sempre que estiver com caneta e papel ficar rabiscando alguma coisa se me lembre ela. Simplesmente bobo.
Bobo porque agora tudo o que eu faço é pensando nela. Tudo o que eu planejo, ela tem que estar presente. E bobo me lembra insegurança.
Está bem, eu sei que não existe nada mais insuportável que gente insegura, mas, antes que o leitor (ou a leitora em especial) pare de ler o texto, deixe-me contar uma pequena história da minha vida – “Muito bem, além de inseguro, quer contar toda a sua vida medíocre pra mim”, é o que você pensa. Mais ou menos isso.
Eu costumava ser muito dono de mim, fazer as coisas sem dar satisfação, contar para as pessoas só depois de feito. Se desse algum problema, eu resolvia e talvez nem contasse. E isso vem desde pequeno. E esse traço meu também é responsável por meus pais, irmãos e até vários amigos talvez não me conhecerem direito. Não sei se eles sabem realmente quem sou. Para mim, o nome disso é segurança.
Então você chegou. Se fosse um relacionamento como os que a gente vê por ai, eu ia falar agora: “E você era tão linda”. Mas não. A primeira coisa que me levou a ficar encantado por você foi a sua simpatia. E a cada dia, conversar com você era o que eu mais esperava. Te fazer sorrir, mesmo que por alguns instantes. Te fazia bem, me fazia bem.
Mas isso fez com que eu ficasse bobo. Toda aquela segurança que eu tinha antes, parece que sumiu. Agora, tenho que falar para você tudo. O que eu fiz, aonde fui, com quem. Compartilhar com você a minha vida, te fazer ser parte dela. E o mais engraçado é que isso não é exigência sua. Eu me sinto bem em te fazer ficar cada vez mais na minha vida.
Tenho alguns amigos que diriam que isso é obsessão, que eu deveria parar com isso de ficar o tempo todo no computador, esperando você, leitora em especial (com a licença do leitor), ficar online pra poder conversar horas e horas com você, sem nem perceber o tempo passar.
E todo esse sentimento fez minha segurança ir embora. Parece que até agora, eu só reclamei de você ter me feito inseguro, né? Pois então, culpa sua! Mas sabe de uma coisa? Eu troquei a minha segurança por um sentimento muito melhor: esse amor grande e forte, que aperta o meu peito, dá falta de ar, saudade e que, ainda assim, é bom. É bom porque me dá um motivo pra viver, alguém pra pensar toda manhã quando eu acordo, alguém pra gastar um dia todo só pensando em você.
E hoje eu tenho uma nova noção de insegurança. Eu também pensava que nada mais insuportável que alguém inseguro, que não tivesse plena consciência daquilo que está fazendo. Porém, hoje eu vejo que inseguro é aquele que não pensa somente em si ao tomar qualquer decisão: sempre leva consigo o pensamento à respeito da outra pessoa. E eu via isso em casa, mas nunca entendi (assunto para outro texto). O fato é que eu tive que viver isso pra entender.
E o fato de pensar em você o tempo todo pra mim significa, antes de mais nada, que eu te amo. Muito. E que a minha segurança eu entreguei pra você, é você quem decide quando me deixar seguro, assim como agora, que eu terminei esse texto (e inseguro, como quando eu comecei). Lembrei a música: “Você precisa de alguém que te dê segurança”.
Termino então esse texto com uma frase, amor, que eu quero que você guarde consigo para sempre: A segurança é a virtude do solitário.
